Tuesday, January 23, 2007

Rainha Panpa

A rainha Panpa governava Orango. Não se sabe ao certo quando nasceu nem quando viveu. Só se sabe que fazia comércio de escravos e que nunca teve filhos. A rainha Panpa queria povoar Canogo, uma ilha próxima de Orango. Com esse propósito, ligava simbolicamente as ilhas através de uma cerimónia em que o gado era amarrado. Por isso dizia que governava Orango e Canogo (o nome indica que o que se quer é uma coisa feminina). A rainha Panpa era muito rica. Tinha muito ouro. Quando morreu, as pessoas enterraram o ouro com ela. O sítio onde ela está enterrada é hoje um monumento muito importante da tabanca chamado Anhadupe (em bijagó significa «em adobes», «em bloco»). Esse monumento serve apenas para sepultar os régulos daquela tabanca.




Esta história é contada em Orango, na tabanca de Eticogam. Esta versão é a contada por Junilto Alvarenga Netchemo, de 13 anos, natural de Orango, Bijagós, na Guiné.

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