No dia 5 de Dezembro a Neva mostrou-nos Lanternas Mágicas e como eram os espectáculos apresentados pelos Lanternistas – os projectores deste tipo de imagens. Após mais uma sessão de formação fomos ver “O Tesouro do Barba Ruiva”, do realizador Fritz Lang.
Conta a história de um menino orfão que vai procurar um velho amigo da sua mãe, esperando obter a sua protecção. Os dois acabam por ir procurar juntos um tesouro lendário, do Barba Ruiva. Este filme não foi tão fácil de ver porque é falado em inglês. Apesar da cópia exibida ter legendas em português não é tão simples aderir a ele como ao “Aniki Bóbó”. Mas os “terrores” que causou foram muito apreciados…
Ainda assim, quando regressámos na semana seguinte para ver “As Férias do Sr. Hulot” a desilusão – momentânea – foi geral quando se soube que o filme era em francês. Mas mal começaram a ser mostrados os primeiros fotogramas, o riso instalou-se e o Sr. Hulot cativou os “lanternistas” com a sua graça.Também nessa visita - e em mais uma sessão de formação - aprendemos as diferenças entre o Praxinoscópio e o Zootrópio e pudémos manejar alguns dos exemplares existentes no museu.
A Antónia Fonseca conversou de seguida com a Vilma, a Alina, a Ana Francisca, a Ana Sofia, o Alessandro, o Isinildo, o Ruben e o Eduino sobre os filmes que temos visto. O diálogo começou animado, com os meninos a entoarem em coro letra e música do "Aniki Bobó", e com o Ruben dizendo que tinha visto uma entrevista ao Manoel de Oliveira na televisão. Falou-se ainda das profissões do cinema e de como esta é uma arte colaborativa.
Quando foi apresentado o filme dessa sessão, "As Férias do Sr. Hulot", alguém perguntou se o filme era em português o que permitiu explicar que em Portugal os filmes não são dobrados e porquê. Foram dados alguns exemplos: alguém já imaginou o Brad Pitt a ser dobrado pelo João Pedro Pais?A chuva não nos impediu de ir à sessão de despedida, a última desta série em 2007, na Cinemateca Júnior. O grupo reduziu-se - sem as presenças da Vilma e da Alina - por isso ficámos ainda mais satisfeitos quando o Isinildo - que não conseguiu apanhar a carrinha da câmara de Loures - apareceu pelos próprios meios, que é como quem diz vindo de 45.
Nesse dia tivémos a companhia de um grupo de meninos e meninas da Lapa bem como de uma família que veio visitar o Museu do Cinema. A Antónia explicou-lhes o que temos estado a fazer e também partilhou connosco as impressões da primeira vez que viu "E.T: O Extraterrestre". Foi numa sessão privada, para profissionais e, pelo que ela nos contou, nem os adultos resistiram à magia do filme e desataram a bater palmas quando as bicicletas dos miúdos levantam vôo durante a fuga que permite o regresso do pequeno extraterrestre a casa.
A verdade é que quando as luzes se apagaram e as imagens fantásticas do "ET" foram invadindo a sala, apelando à nossa imaginação e à inocência preservada, a história, que é a do encantamento pelo cinema, repetiu-se. Risos e medo alternaram e a felicidade gerada pelo final fez-nos sentir o que caracteriza verdadeiramente o ser-se humano.
Texto: Mª do Carmo Piçarra
Fotos: Lanternistas
Friday, February 01, 2008
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