Também explicou o que eram lanternistas e mostrou várias lanternas mágicas que eram usadas por crianças como brinquedos. Muitas destas peças foram compradas em leilões. Como a Lanterna Mágica em exposição no Foyer, que alguém da Cinemateca foi comprar propositadamente a um leilão da Christie's, na Grã-Bretanha.
Ainda vimos uma exposição de vidros pintados que eram usados para projectar pelas lanternas mágicas.
A Antónia chegou entretanto e explicou-nos que virá no princípio de todas as sessões de cinema para saber opiniões sobre o filme da sessão anterior. Como tal quis saber as opiniões sobre o filme "Charlot Boémio", que agradou a todos, e também o que tinham os jovens do À Bolina achado dos filmes mudos, acompanhados ao piano. As preferências dividiram-se, com as raparigas a dizer que o favorito tinha sido o da Cinderela enquanto que os rapazes gostaram mais de "Voyage a La Lune".
Também ficámos a saber que, porque os filmes também envelhecem, afinal não poderemos ver "O Barba Negra" na próxima semana. A cópia existente na Cinemateca está muito velhinha, cheia de riscos... Prometeu, no entanto, escolher outro bom filme de piratas na nossa "apresentação oficial" a este género.
Quando as luzes da sala se apagaram, a risota e a agitação instalaram-se. As imagens de "Aniki Bóbó", um dos primeiros de Manoel de Oliveira, o cineasta mais antigo do mundo em actividade - fará 99 anos no dia 7 de Dezembro - invadiram a sala e agarraram-nos a todos, com a sua magia e a frescura. Ouviram-se muitos risos, com as sequências mais divertidas do filme, e protestos, de alguma tensão, com o acidente do Eduardinho e a acusação, injusta, ao Carlinhos. No final ficou a nossa convicção da intemporalidade desta obra sobre os meninos da Ribeira, realizada em 1942.
Texto de Maria do Carmo Piçarra
Fotos de Maria do Carmo Piçarra, Vilma Sanhá e Isinildo Monteiro
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