Thursday, November 22, 2007

Os dias do cinema

Iniciámos ontem as nossas idas à Cinemateca Júnior, que está a funcionar no Palácio Foz, na Praça dos Restauradores. Antes das 14h30, hora marcada para o encontro, lá chegaram a Ana Francisca, a Ana Sofia, o Alessandro, a Alina, o Ruben, a Vilma acompanhados pela Dirce e pela Surraia. A Carmo e o Eduino tinham chegado um bocadinho antes. A Iolanda, o Fábio e o Francisco (as melhoras para ele, que está doente), só poderão juntar-se a nós a partir da próxima semana.
Fomos recebidos pela Teresa, pela Simona, pela Neva e pela Mariana, que nos deram as boas vindas e explicaram o que vamos fazer ao longo desta pequena iniciação, que durará cinco semanas, na história do pré-cinema. Logo no hall de entrada, conhecemos a reprodução da lua do primeiro filme de ficção científica da história do cinema, “Voyage a la Lune”, realizado por George Méliès. Também espreitámos uma maqueta de filme de Méliès e vimos câmaras de filmar do início da história do cinema além da Simona nos ter mostrado e explicado o que era uma Lanterna Mágica Cinematográfica.
A Teresa sugeriu que, de seguida, subissemos aos bastidores do palco com ecrã da Sala dos Cupidos, onde se projectam os filmes deste museu do cinema para os mais novos. É uma sala muito agradável, com puffs – muito diferente de uma sala de cinema convencional – onde, depois de nos instalarmos confortavelmente, assistimos à primeira sessão pública de cinema. Aconteceu em 28 de Dezembro de 1895, sabiam?
Aprendemos que antes dessa data já faziam filmes mas não se conseguia projectá-los. Foram dois irmãos gémeos franceses – os Lumiére – que, com o seu cinematógrafo, criaram o espectáculo cinematográfico. Em conversa muito participada identificámos algumas das diferenças entre estes filmes – chamados então vistas cinematográficas - e os filmes actuais. Vimos logo uma das principais diferenças: eram a preto e branco. Depois também notámos que eram mudos e que eram realistas - retratavam a vida das pessoas. Constatámos ainda que eram muito mais curtos que os filmes de longa metragem que vemos actualmente no cinema…
Quando descemos para a Sala dos Cupidos – a sala de cinema que, em 1908, era a sala de cinema mais luxuosa de Lisboa e se chamava Salão Central – ainda espreitámos um kinetoscópio de Edison (funciona com moedas) antes de conhecermos a Antónia Fonseca, que escolheu alguns filmes para nós vermos.
Vimos três filmes de Méliès, um dos quais o tal famoso filme de 1902 em que ele antecipou a ida do homem à lua, e percebemos que nem todos os filmes eram a preto e branco. As cores eram pintadas à mão na pelicula e o resultado era belíssimo. Durante a projecção destes filmes, uma pianista, a Catherine, fez o acompanhamento musical. A nossa visita desta semana terminou com o visionamento de “Charlot Boémio”, que nos fez rir muito.
Para a semana, já sabemos, vamos ver o “Aniki Bóbó”, um filme sobre os meninos da Ribeira, no Porto, realizado há muitos anos – quando o cinema ainda era a preto e branco – pelo Manoel de Oliveira. Está prometido que também vamos conhecer melhor um espectáculo de lanterna mágica. Entretanto, da nossa parte, prometemos que durante esta semana vamos escrever sobre o que gostámos mais ou não gostámos nada. Também vamos começar o nosso clube da crítica…

Texto: Maria do Carmo Piçarra
Fotos: José da Costa Ramos

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